Agronegócio e Meio Ambiente: Impactos no solo, água, ar, fauna e flora

É sabido que o agronegócio movimenta uma grande parte da economia brasileira. O setor representa 21,8% do PIB, segundo dados divulgados pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Mas a agricultura, pesca, pecuária e outros causam grandes impactos ambientais, que, muitas vezes, não são discutidos. Neste post, você entenderá quais são os impactos do agronegócio no meio ambiente.

Impactos do agronegócio nos ecossistemas aquáticos

Os danos pela pesca e agropecuária são muitos; o que é grave, pois contaminar a água afeta a cadeia produtiva inteira. Efluentes dessas atividades, que contém toxinas e matéria orgânica, causam uma série de alterações prejudiciais. Dentre eles, é possível destacar:

Alterações nas propriedades físico-químicas

Alteração do pH

A variação do pH pode alterar a resistência dos peixes, que ficam suscetíveis a contaminações por parasitas; há também o risco de influência na toxicidade de diversos compostos como a amônia, metais e outros.

Mudança de cor e turbidez

Causada por alguns químicos, dificulta a penetração da luz, impedindo a fotossíntese de algas que abrigam e alimentam muitas espécies.

Condutividade elétrica

Aumento da concentração de íons, como sais que tornam o meio hostil para desenvolvimento de muitos organismos.

Alteração das propriedades biológicas

Aumento de DBO e queda de OD

A Demanda Bioquímica por Oxigênio indica o nível de poluição da água; são diretamente proporcionais. Ao elevá-la, o Oxigênio Dissolvido (OD) na água se esgota, favorecendo a decomposição anaeróbica. Isso leva à produção de substâncias de odor desagradável, como o gás sulfídrico e outros.

Aumento excessivo de nutrientes

O aumento de matéria orgânica na água aumenta por conseguinte a quantidade de nutrientes de forma excessiva; isso favorece a reprodução de cianobactérias produtoras de toxinas não removíveis da água por tratamentos tradicionais.

Potencial de genotoxicidade

Capacidade de alguns agentes químicos de danificar a informação genética no interior de uma célula, causando mutações) e bioacumulação de metais pesados e agrotóxicos; fatores que prejudicam significativamente os organismos de diversas espécies ou aumentando a mortalidade;

Esgotamento de reservas e contaminação

Esgotamento de reservas: as reservas de água potável são baixas, e aproximadamente 70% do volume é utilizado nas atividades agrícolas. A pecuária consome muita água para produzir pouca quantidade de alimento. São cerca de 15.400 litros para um quilo de carne bovina, por exemplo;

Contaminação por lixo: navios pesqueiros poluem os mares com redes, cordas, anzóis, óleos, combustíveis e baterias de barcos que são lançados na água;

Contaminação por fezes animais: os rebanhos produzem uma grande quantidade contendo parasitas, que contaminam a água dos mananciais de abastecimento.

Os prejuízos à água são muitos, mas não são os únicos. O agronegócio também causa uma série de impactos em outros componentes ecossistêmicos.

Impactos da agropecuária e pesca no solo

Desmatamento

Para produzir alimento e pastos para o gado, são necessárias áreas muito extensas. A pecuária é responsável por mais de 80% do desmatamento no Brasil; para alimentar uma pessoa com uma dieta carnívora, é necessário ocupar o espaço equivalente a um hectare. Por outro lado, com uma dieta baseada em vegetais, é possível alimentar 20 pessoas por hectare. O nosso planeta é finito, e a demanda aumenta mais e mais a cada dia. Então o espaço necessário vai só aumentando, e tomando o lugar das nossas florestas…

Como consequência da altíssima taxa de desmatamento, há diversos outros problemas; perda da biodiversidade, exposição do solo à erosão, assoreamento de rios, agravação do efeito estufa, entre muitos outros.

Contaminação

A agricultura demanda muitos agrotóxicos que agridem o solo, e o nível de contaminação aumenta a cada nível trófico. Há também a poluição por carcaças que são descartadas inapropriadamente, inserindo no meio vários patogênicos presentes no corpo do animal.

Há também para o solo o risco já citado neste artigo da contaminação pelos dejetos de animais. Cerca de 2,5 bi de cabeças de gado produzem 80 milhões de toneladas de dejetos anualmente, que não são tratados!

Impactos da agropecuária na atmosfera

Por fim, mas não menos importante, temos os danos causados ao ar pelas atividades do agronegócio.

Diminuição da Produção de Oxigênio

Você provavelmente já ouviu falar que a Amazônia é o pulmão do mundo. Mas isso não é totalmente verdade… O verdadeiro pulmão do mundo são as algas. E a poluição da água, causada em grande parte pelo agronegócio, pode alterar características muito importantes dela como já falamos. A fotossíntese das algas, quando prejudicada, impede que produzam o grande volume de oxigênio que elas nos fornecem!

Agravação do Aquecimento Global

O Efeito Estufa foi essencial para o aquecimento da Terra e desenvolvimento das inúmeras formas de vida que nela habitam. Esse efeito é composto por diversos gases, como dióxido de carbono, metano, óxido nitroso, clorofluorcarbonos e ozônio.

Porém, sabe-se que o aumento excessivo desses gases agrava o aquecimento global, extremamente prejudicial para o nosso planeta. E o gado, que tem sua população muitíssimo aumentada pela indústria agropecuária, produz muito metano como resultado de sua digestão. Cerca de 70% dos gases componentes do efeito estufa são gerados por atividades humanas, incluindo a pecuária.

Conclusão

Para mitigar danos causados pelas atividades do agronegócio, pode-se adotar algumas iniciativas como: fiscalizar atividades do agronegócio e o tratamento de seus efluentes e resíduos, investimentos em reflorestamento e recuperação de nascentes, além do incentivo à redução do consumo de produtos de origem animal.

Fontes: Fala Universidades, Embrapa, Brasil Escola, Amazonia.org, Jus.com.br, Bióicos, Portal Bonde, Agência Fapesp

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